Ataque de Jefferson a ministro é mais um capítulo da briga para filiar Bolsonaro
Da prisão, presidente do PTB escreveu carta acusando presidente do PP de ser ligado a petista; partidos brigam por clã Bolsonaro
atualizado
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A carta que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, divulgou da prisão nesta terça-feira (12/10) contra o presidente do PP e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, é mais uma batalha da guerra entre as duas siglas para filiar Jair Bolsonaro. Jefferson está preso há dois meses por ordem do STF, suspeito de integrar uma organização digital contra a democracia.
Jefferson chamou Nogueira de “sócio do governo do PT” em seu estado, o Piauí, e acusou o ministro de ter a metade dos cargos no Executivo e Legislativo estaduais. O Piauí é governado pelo petista Wellington Dias.
A tentativa de Jefferson de aproximar o ministro palaciano do arquirrival PT acontece em meio a uma disputa acirrada na direita. Em jogo, está quem abrigará o clã Bolsonaro nas urnas em 2022: o PTB de Jefferson ou o PP de Nogueira. O PTB levou um convite a Flávio Bolsonaro no mês ado. Nos últimos dias, contudo, o PP ou a ser o favorito de uma corrida que já dura dois anos.
O ex-deputado também atacou o senador Renan Calheiros, relator da I da Covid, e reuniões entre Nogueira e Calheiros. “Será que trataram da nomeação para ministro do STF de André Mendonça? Ou será que discutiram um acordo">
Em outro trecho do documento, Jefferson endossou uma declaração feita na véspera pelo pastor Silas Malafaia, que acusou Nogueira e a ministra de Governo, Flávia Arruda, do PL, de atuarem contra a indicação de Mendonça ao Supremo.
Denunciado pela PGR, o presidente do PTB está preso no Rio de Janeiro desde 13 de agosto. Nesta segunda-feira (11/10), a defesa de Jefferson afirmou ao STF que o ex-deputado corre “grave risco” de morte na cadeia.