Professores e pais concordam com suspensão da volta às aulas presenciais
O governador Ibaneis Rocha e os secretários de Saúde e Educação decidiram adiar, por tempo indeterminado, o retorno nas escolas públicas
atualizado
Compartilhar notícia

As entidades que representam professores, pais e alunos das escolas públicas do Distrito Federal concordam com a decisão do Governo do Distrito Federal (GDF) de suspender, por tempo indeterminado, a volta às aulas presenciais.
O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) classifica como correto o posicionamento, mas faz alertas sobre a necessidade de melhoria no atendimento on-line aos alunos.
“O governo deve investir para atender, de fato, os 120 mil alunos excluídos que não possuem nenhum equipamento eletrônico para o às aulas remotas e fornecer internet gratuita para todos, que, até o momento, não foi disponibilizada”, pontuou o diretor do Sinpro-DF Samuel Fernandes.
Também diretora da entidade, Rosilene Corrêa disse que é preciso se organizar para reparar os prejuízos provocados pela pandemia do novo coronavírus no aprendizado dos estudantes.
“Cobramos do secretário para que a gente comece imediatamente o debate pedagógico. Nós precisamos repensar os nossos conteúdos. Mesmo que em 2021 a pandemia esteja sob controle e tenha vacina, nós não podemos ignorar todos os prejuízos causados pela Covid-19 na vida escolar dos nossos alunos”, assinalou.
Para o presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa), Alexandre Veloso, a interlocução entre as secretarias de Educação e da Saúde é “de suma importância” nas decisões sobre as escolas. Veloso afirmou que, se for uma posição técnica, deveria ser estendida para a rede particular.
Prudência
A decisão da suspensão da retomada das atividades presenciais na rede pública foi divulgada, na manhã desta quarta-feira (19/8), pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), em conjunto com os secretários de Educação, Leandro Cruz, e da Saúde, Francisco Araújo.
Embora a rede pública tenha realizado uma série de medidas a fim de impedir o contágio, como desinfecção e sanitização de mais de 90% das escolas públicas, Ibaneis e assessores diretos nas duas áreas acharam mais prudente adiar o retorno, antes previsto para ocorrer a partir do dia 31 de agosto.
“Tomamos todas as providências para o retorno. Mesmo assim, chegada a hora do início, e como os números ainda são preocupantes, nossa decisão vai ser a de suspender as aulas presenciais por tempo indeterminado. Ao mesmo tempo, estamos reforçando a estrutura das atividades on-line, tudo no sentido de causar o menor prejuízo possível para as famílias”, disse Ibaneis à coluna Grande Angular.
O governador declarou que não vai interferir no calendário de retorno das escolas privadas, e que essa decisão caberá às instituições particulares.
As aulas nos colégios pagos do DF estão suspensas por força judicial. Uma audiência de conciliação sobre o tema está marcada para esta quinta-feira (20/8).