Esplanada deve ficar parcialmente fechada e terá 2 mil PMs em 8/1
PMs estarão à disposição do governo. Protocolo prevê reforço na área da Esplanada, com balizamento das vias e monitoramento por drone
atualizado
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A Esplanada dos Ministérios deverá ficar parcialmente fechada para trânsito de veículos e de pessoas, mas sob forte monitoramento de segurança na próxima segunda-feira (8/1), data que marca um ano dos atos antidemocráticos em Brasília.
A medida foi anunciada durante a do Protocolo de Ações Integradas (PAI) entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), no Palácio do Buriti, na manhã desta quinta-feira (4/1).
Questionado se a Esplanada seria fechada, o ministro da Justiça e Segurança Publica em exercício, Ricardo Cappelli respondeu: “A princípio, da Avenida José Sarney para baixo”.
“Ficarão isolados todos os Poderes: a Câmara, o Supremo e o Palácio do Planalto”, pontuou a governadora em exercício do DF, Celina Leão.
A segurança será reforçada no dia, com 250 homens da Força Nacional na área do Palácio do Planalto. Cerca de 2 mil policiais militares do DF estarão à disposição para atuar na Esplanada, se necessário.
Como mostrou a coluna na quarta (3/1), a inteligência dos órgãos de segurança do Distrito Federal não detectaram até agora chamamentos para atos de grandes proporções para a data.
“O efetivo será mais que suficiente”, afirmou a governadora em Exercício, Celina Leão (PP). “O efetivo será mais ou menos nesse número de 2 mil homens como a gente teve no 7 de Setembro, na posse do governo federal no ano ado. Então, é mais ou menos o mesmo efetivo preventivo”, afirmou Celina.
Ela enfatizou que também haverá apoio de policiais de outras corporações, como Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Drones e monitoramento
O PAI determina as medidas a serem tomadas no 8/1 para evitar quaisquer distúrbios na capital do país. Na data, o Congresso Nacional fará um evento com os líderes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para celebrar a democracia do país.
O protocolo prevê reforço do policiamento na área da Esplanada, com balizamento das vias e monitoramento da área com uso de câmeras de vídeo e de drones.
As imagens serão transmitidas ao vivo para o Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), onde estará instalada o gabinete de gestão estratégica com integrantes de órgãos federais e do DF.
O Congresso Nacional será protegido com gradis, que também serão instalados nas imediações da Avenida José Sarney, em frente à Casa.
Segundo a SSP-DF, como não há manifestação prevista, o trânsito na região não será fechado inicialmente. Porém, se necessário, a via poderá ser bloqueada de forma imediata.
De acordo com a SSP-DF, unidades especializadas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) estarão de prontidão e, se necessário, farão revista na Esplanada.
A inteligência das forças de segurança do DF e do governo federal monitoram redes sociais identificar possíveis mobilizações.
Lembrança do 8/1
No evento, o secretário de Segurança Publica do Distrito Federal, Sandro Avelar, disse que o dia 8 de janeiro de 2023 marcou o DF de forma negativa, mas o ataque às instituições visto no ano ado “não vai se repetir”. Avelar disse que os órgãos do governo federal e distrital estão atuando para se antecipar a eventuais problemas.
O ministro da Justiça e Segurança Publica em exercício disse que “não há hipótese de se repetir no dia 8 de janeiro de 2024 o que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023”.
“Aquilo foi inaceitável. O Brasil é livre e democrático. Aqui todo mundo vota em quem quiser, manifesta sua preferência política e ideológica livremente. É bom que seja assim. Não se confunde manifestação democrática com tentativa de golpe de estado, não se confunde com ataque aos poderes, com depredação do patrimônio público, histórico imaterial e material do Brasil.”
Cappelli elogiou a Polícia Militar do DF, e disse ter “plena confiança” na corporação. “Muito se fala dos que erraram. Não podemos confundir erro de alguns com instituição bicentenária com serviço prestado ao país. Muito se fala dos que erraram, mas pouco se fala dos 44 policiais que se feriram defendendo a democracia”, disse.
“Na segurança não tem esquerda ou direita. Tem o certo e tem o crime. Todos temos de estar unidos para enfrentar o crime”, acrescentou.
Cappelli aproveitou a ocasião para elogiar a governadora em exercício. “O destino está nos juntando sempre no mês de janeiro. Nós amos 23 dias juntos, intensos, em janeiro de 2023, e novamente estamos aqui unidos ao lado da democracia e da Constituição. Então, para mim, é uma grande alegria, governadora Celina, estar aqui hoje”, afirmou.
“Na semana ada, assim que a Celina assinou, a primeira coisa que fez foi me ligar. Disse: ‘Estamos aqui à inteira disposição para trabalhar junto ao governo federal e eu pessoalmente vou acompanhar de perto, e qualquer coisa pode me acionar’. Uma postura exemplar de governante comprometida com o país e a democracia brasileira.”
Celina disse que a do protocolo “representa o monitoramento de 100% das ações”. “Independentemente de ideologia política, as pessoas têm direito de deixar aquilo que acreditam em mensagem democrática. Democracia não se faz à força. A democracia é a constituição da fala, do parlar, do argumentar e de se expressar.”
Segundo ela, o 8/1 de 2024 “será um dia de manifestações pacíficas”. “A segurança estará integrada em um único movimento: daremos nossas vidas para que a democracia seja cumprida.”
20 novas viaturas
Durante a cerimônia, o Ministério da Justiça e Segurança Pública entregou ao DF 20 viaturas para as polícias Militar e Civil, armamentos, drones, cartuchos e outros equipamentos para fortalecer as corporações distritais.
Os itens fazem parte do Plano de Ação na Segurança (PAS) e do O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). O investimento total é de R$ 3,6 milhões.
A pasta federal também doou fardas, bastões, equipamentos de proteção individual e kits pistola.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o DF recebeu rees de R$ 35,3 bilhões do governo federal em 2023, por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
“Outros R$ 17 milhões foram reados pelo MJSP ao GDF através de convênios e doações. No âmbito do Escola Segura, o DF recebeu R$ 3 milhões”, informou a pasta federal.