Desistência de Joaquim Barbosa enfraquece palanque de Rollemberg
Entusiasta da candidatura do ex-ministro ao Planalto, o governador terá que buscar alternativas para conquistar eleitores
atualizado
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Defensor de primeira hora da candidatura de Joaquim Barbosa ao Planalto, o governador Rodrigo Rollemberg amarga o anúncio da desistência do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), feito na manhã desta terça-feira (8/5), pelo Twitter. Barbosa era a grande aposta do Partido Socialista Brasileiro (PSB) para sair das sombras e finalmente assumir a cabeça de uma chapa nacional nas eleições.
Para Rollemberg, ter a companhia de um presidenciável – com potencial para conquistar votos no Distrito Federal – nos palanques era um alento diante do afastamento de antigos aliados e das dificuldades para estabelecer alianças em um cenário de pouca popularidade com os eleitores há poucos meses do início da campanha eleitoral.
O governador, porém, tentou minimizar a perda. Segundo Rollemberg, o partido continua em busca de construir uma unidade no campo progressista. “O PSB vai trabalhar para construir uma aliança de forças políticas importantes para o país”, concluiu.
Barbosa anunciou que ficará de fora do pleito pelo Twitter. “Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal”, escreveu o ministro aposentado.
Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) May 8, 2018
No mês ado, uma pesquisa do Datafolha decepcionou os líderes socialistas. Barbosa foi incluído em todos os cenários testados e oscilou entre 8% e 10% das intenções de voto, desempenho melhor do que de outros presidenciáveis, mas aquém do que apostava a legenda. Mesmo assim, nomes de peso do PSB começaram a montar uma estrutura de campanha e a procurar aliados a fim de compor a chapa do ex-ministro, apesar de Barbosa nunca ter afirmado sua disposição a encarar o pleito.
Com Barbosa fora do páreo, o cenário para outubro pode favorecer outros candidatos ditos da esquerda. Marina Silva, da Rede, tem potencial para abocanhar parte dos eleitores que estavam convictos a apostar no ex-ministro. Outro com chances de herdar os votos de Barbosa é Ciro Gomes (PDT). O pedetista pode se aproveitar justamente daqueles que viam no ex-presidente da Corte Suprema um candidato de centro-esquerda.
Colaborou Isadora Teixeira