Vídeo: no Encontro, Leniel Borel desabafa sobre a Justiça brasileira
Pai do menino Henry, que foi morto aos 4 anos, falou sobre a tentativa de suspensão do Linha Direta e os direitos garantidos aos acusados
atualizado
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A tentativa de censura ao programa Linha Direta sobre a morte do menino Henry Borel, de apenas 4 anos, continuou rendendo na manhã desta sexta-feira (19/5). Após a exibição, Leniel Borel, o pai do menino, participou do Encontro com Patrícia Poeta. No bate-papo, ele desabafou sobre as falhas da Justiça brasileira e, mais uma vez, comentou a perda do filho.
“Daqui a pouco estão esquecendo que existe uma criança assassinada, uma criança morta, e só fica se discutindo o que Jairo (o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, Dr. Jairinho, acusado do crime) e Monique (Medeiros, mãe da criança e acusada de cumplicidade) têm de direitos”, comentou ele.
Logo depois, Leniel falou sobre o pedido de censura da atração global: “Por exemplo, a juíza do caso deu o direito de não transmitir o Linha Direta. Isso é uma censura prévia, que o Brasil inteiro ficou consternado. Nunca antes isso foi visto. Por quê? Por que Jairo tem direito e Monique tem direito? E eu? E o meu filho?”, questionou.
A jornalista, então, quis saber sobre o julgamento: “Não tem nem data ainda. Deve bater uma angústia dessa espera por uma data do julgamento. Deve ser uma angústia também você ver a mãe respondendo em liberdade, trabalhando normalmente… Como é isso pra você? Como isso bate no seu coração">
Em seguida, ele falou sobre a liberdade de sua ex-mulher: “Fico consternado com tudo o que estou vendo. Nunca ia imaginar que o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) ia soltar a Monique com uma decisão monocrática, uma decisão por ofício de um ministro que disse que nem conhecia do caso. Monique está solta como eu e você, sem nenhuma restrição. Com todas as provas, com tudo o que nós vimos juntos. (Houve) a omissão, a tortura, saber das torturas e nada fazer, com possibilidade de ter participado no ato do filho dela”, detonou.
leniel também apontou que tem sido difícil pedir apoio da Justiça. “É muito difícil lutar por justiça, provar o óbvio. Está tudo bem demonstrado, a materialidade do caso está lá, muito concreta, e ainda assim você vê uma Justiça pró-réu. É o que existe no Brasil hoje, as vítimas estão sendo anuladas”, disse.
E continuou: “Por isso que a gente vem lutando com relação à omissão. Aprovamos uma Lei nesse país. Hoje na Lei Henry Borel a omissão é crime. Foi muito difícil pedir justiça pra avó e pra babá que sabiam das agressões. A babá não me contou, ela tinha meu telefone”.
O pai de Henry ainda contou sobre as “defesas” que fazem para a babá: “(Dizem) ‘ah, mas ela contou pra Monique’, mas não contou pra mim. A avó sabia das agressões. Como eu falei no Linha Direta, quarta-feira antes do meu filho falecer, na mesma semana, eu ligo pra ele e meu filho tá tristinho. (Perguntei) ‘filho, o que houve">