Jack Dorsey surpreende como novo projeto de Web5 focado no Bitcoin
Jack iniciou projeto pois acredita que a Web3 tem as motivações corretas, mas utiliza os instrumentos errados
atualizado
Compartilhar notícia

Nós nos acostumamos a várias frases usadas no contexto da tecnologia blockchain, como Web 3.0, tokens não fungíveis (NFTs), metaverso, e um número significativo de outros desenvolvimentos que conquistaram grande atenção nos últimos dois anos. Parece que novos termos complicados estão sendo introduzidos diariamente, mas não temos a oportunidade de nos aprofundar nas especificidades de cada um deles.
Web 1.0 foi o nome dado à primeira era da World Wide Web, que funcionava como uma rede de comunicação digital. Foi chamada de internet de “somente leitura”, porque os sites que a compunham eram estáticos e não ofereciam oportunidades de participação ativa.

O próximo o na invenção da web foi executar uma internet de “leitura e escrita”. O fato de que os usuários agora podem se comunicar com servidores e outros usuários foi a semente que eventualmente cresceu na web social. Esta é a internet em seu estado atual, como todos nós a conhecemos.
Uma web “ler-escrever-executar” construída sobre a descentralização é o que chamamos de Web 3.0, termo em evolução que se refere à próxima geração da internet. A próxima geração da World Wide Web é chamada de Web 3.0, e é impulsionada por inteligência artificial e aprendizado de máquina. Isso significa que os computadores, agora, podem entender as informações da mesma forma que os humanos.

A startup de Bitcoin de Jack Dorsey (antigo CEO do Twitter), a TBD, surgiu recentemente com uma estratégia nova e surpreendente para iniciar o desenvolvimento da próxima interação da internet, conhecida como Web 5.0, ou a progressão da Web 3.0. Seria uma nova internet 100% centrada no Bitcoin.
Jack iniciou esse projeto pois acredita que a Web3 tem as motivações corretas, mas utiliza os instrumentos errados. Dessa forma, a Web5 usará somente o Bitcoin e mais uma infinidade de recursos de ciência da computação para criar uma rede descentralizada.

A web que utilizamos hoje, Web2, funciona de um modo em que há um “cliente” (usuário) e um servidor (rede). Sendo assim, nós, constantemente, pedimos e enviamos dados para esses servidores, que nos trazem respostas ao que queremos.
Por exemplo: ao utilizar o buscador Google, você solicita uma informação, e o Google busca no banco de dados dele as respostas para o que você pediu. Não somente o Google, mas diversos outros sites que usamos diariamente funcionam dessa forma.
Porém, para usar a maioria desses serviços você cria uma conta nestas plataformas, e todas suas informações e dados ficam registrados nos servidores dessa empresa. Suas fotos salvas na “nuvem” do Google Drive, por exemplo, são seus arquivos pessoais salvos em servidores do Google.
Web 5.0

O objetivo dessa nova plataforma é ser extremamente descentralizada, proporcionando ao usuário estar no controle total de seus dados e identidade. A grande crítica da Web2, que utilizamos hoje, é que ela faz com que nossos dados sejam “protegidos” por terceiros, tornando-os propriedade deles.
Com a Web5, os usuários têm total controle das suas próprias informações, enquanto os desenvolvedores na web focam apenas em entregar a melhor experiência para esses usuários quando eles estão usando um aplicativo. A Web5 aproveitará o Bitcoin como rede monetária descentralizada e mais um aparato de componentes de software.
Diferentemente da Web3, que utiliza diversos mecanismos de tokenização para que os projetos nas plataformas possam ser ados pelos usuários, a Web5 usará a blockchain do Bitcoin apenas como uma base para redes de segundas camadas que fazem registro descentralizados de identidades digitais. Afinal, a blockchain possui a funcionalidade de evitar os gastos duplos.
É muito cedo para especular sobre a substituição da Web5 pela Web 3.0. Os objetivos do Web5 podem levar muito tempo para serem atualizados. Essa é apenas uma proposta que pode revolucionar muitas coisas “normais”, como redes blockchain centralizadas.
(*) Caroline Kalil é consultora de direito digital, investidora de criptomoedas, colecionadora de NFTs com certificação em KYC Blockchain Professional pela Blockchain Council, e blockchain development pela Consensys, além de autora do e-book O Metaverso Simplificado