Compulsão alimentar: Luiza Bittencourt revela como o mindful eating auxilia
O método faz com que a pessoa pare de se alimentar no piloto automático e se torne livre para decidir o que comer
atualizado
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A compulsão alimentar é um transtorno no qual o indivíduo ingere grandes quantidades de comida de forma impulsiva e rápida. Esse comportamento pode comprometer a saúde e, como qualquer outra doença, precisa de tratamento.
Os principais sintomas que levam ao diagnóstico dessa patologia são comer mesmo sem fome e em intervalos curtos; alimentar-se escondido; levantar da cama nas madrugadas para comer; e sentir culpa ou tristeza depois de comer muito.

Já é comprovado que a relação não amigável com as refeições inclui um processo psicológico, principalmente quem tem ansiedade, depressão, estresse, entre outras questões. Com a chegada da pandemia de coronavírus, a saúde mental se mostrou fragilizada em razão do isolamento social, do confinamento e das crises econômicas desencadeadas pelo novo vírus.
A boa notícia é que profissionais de saúde buscam a cada dia lançar soluções ou apresentar alternativas para tratar (ou amenizar) o sofrimento físico e mental. Como é o caso do mindful eating, prática exposta por Luiza Bittencourt, instrutora de Mindful Eating pelo Protocolo Eat For Life, que atende no Rio de Janeiro presencialmente e on-line para todo o Brasil.
Mindful eating significa atenção plena na alimentação. Mindful deriva de mindfulness, que é um estado mental de controle sobre a capacidade de se concentrar no presente. A prática, portanto, trabalha na questão dos gatilhos que geram a compulsão alimentar. “É possível mudar sua relação consigo mesmo e com a sua alimentação, tornando-a mais saudável e prazerosa”, aponta Luiza.

O método faz com que a pessoa pare de se alimentar no piloto automático e se torne livre para decidir o que comer. E além de oferecer uma relação mais saudável com a comida, ele torna o ato de comer mais tranquilo e satisfatório.
Existem nove tipos de fome que são despertadas a partir de gatilhos: fome de ouvido, do tato, a celular, dos olhos, do nariz, do estômago, da boca, da mente e do coração. Cada uma possui relação com o que está em volta e/ou também com o que sentimos, além do que se a na mente. Então como proceder?
“Quando uma emoção difícil surgir, pare e respire algumas vezes, observe as emoções com compaixão e bondade, e então proceda. Ao fazer isso, você parou o comportamento automático de buscar comida por conforto e tem a oportunidade de tentar algo novo”, ensina Luiza.

Uma pessoa que come conscientemente reconhece que não existe uma maneira certa ou errada de comer, mas sim uma variedade de atenções ao redor da experiência da alimentação. Assim sendo, ela aceita que suas vivências alimentares sejam únicas.
“É preciso reconhecer os alimentos sem julgamentos e ouvir o corpo, prestando atenção no que ele está pedindo para, assim, escolher comidas satisfatórias e nutritivas. É sobre tornar-se atento à fome física e aos sinais de saciedade para guiar suas decisões na hora de começar e parar de comer”, informa a especialista.
Faça você mesmo!
Para colocar o mindful eating em prática, pense na refeição como um momento importante do dia e mantenha o foco nela. Não se distraia com televisão ou celular, mantenha a calma e observe todos os alimentos disponíveis na mesa e, toda vez que levar a comida à boca, descanse o talher e só pegue-o quando tiver terminado de engolir.
Usufrua de cada detalhe do alimento (como o cheiro e a textura), analise o ambiente a sua volta e, por fim, reflita sobre a saciedade (para que não haja consumo extra desnecessário).
Sobre a especialista

Luiza Bittencourt já participou de diversos retiros e cursos como Mindful Schools (Califórnia), Mindfulness na Liderança pelo Institute for Mindful Leadership (fundado por Janice Marturano), Introducción a Mindfulness, Compasión y Florecimiento Humano no Instituto Cultivo (México), e também é instrutora de Mindful Eating pelo Protocolo Eat For Life. É membro da AbraMind (Rede Aberta de Mindfulness) e colabora com as plataformas Setta.co e Reverbere. No site da profissional você pode ver mais informações sobre ela, os métodos, agenda e outros.
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