Estudo detecta fenômeno desconhecido entre as luzes da aurora boreal
Cientistas canadenses buscam explicações para o aparecimento de manchas cinzas e quase imperceptíveis no centro da aurora boreal
atualizado
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Um estudo feito por pesquisadores canadenses encontrou brilhos inesperados no meio das luzes da aurora boreal. Os flashes cinza-claro momentâneos que aparecem dentro do fenômeno atmosférico, segundo a investigação, podem até mudar o que se imaginava sobre a natureza dele.
A descoberta sugere que um novo processo participa da formação da aurora boreal: os efeitos de calor. Os pesquisadores compararam o fenômeno a um efeito meteorológico identificado há sete anos conhecido como Steve.
A investigação, publicada na revista científica Nature Communications em 30 de dezembro, descreve em detalhes a emissão cinza no meio da aurora boreal. Ela é um resultado diferente da formação das luzes esverdeadas no céu do Polo Norte.
Enquanto a aurora boreal é formada por reações químicas, o fenômeno descrito recentemente, assim como o Steve, é resultado de choques de ondas de radiação solar com a atmosfera terrestre que geram calor.
Muito mais sutis do que as reações químicas que fazem o show no céu, as luzes de reação ao calor são mais pontuais e podem ser detectadas apenas por sensores de iluminação mais sensíveis, como os das fotos digitais.
Pela associação com a fotografia, inclusive, os pesquisadores acreditam que a observação das manchas no meio da aurora seja recentes.

Steve e o brilho noturno
O fenômeno recentemente descrito se assemelha ao Steve, um brilho cinza identificado pela mesma equipe de físicos canadenses em 2018. A diferença é que o Steve não parece conectado às auroras boreais, aparecendo como um acontecimento atmosférico independente.
Agora, com a identificação do fenômeno térmico no meio da aurora, os cientistas am a se perguntar se as luzes conhecidas também são parte de um efeito de calor das reações químicas na atmosfera.
A equipe de pesquisadores utilizou um observatório de imagens de alta resolução, o Transition Region Explorer, para analisar a composição das luzes misteriosas. Os dados indicam que as manchas variam de dezenas a centenas de quilômetros de amplitude e estão diretamente ligadas à atividade auroral.
Os cientistas acreditam que a interação entre calor e reações químicas possa ser a chave para entender o novo fenômeno. Ainda não há consenso sobre quais moléculas estão envolvidas, mas a hipótese aponta para uma nova cadeia de eventos atmosféricos.
O que é a aurora boreal?
A aurora boreal ocorre quando partículas solares interagem com a atmosfera da Terra, gerando cores intensas no céu noturno. O fenômeno acontece devido à emissão de luz por átomos de oxigênio e nitrogênio. Os brilhos verdes e rosas são os mais comuns, enquanto outras cores surgem a partir de variações na composição atmosférica.
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