Girl Power! DNA revela domínio feminino na Grã-Bretanha pré-romana
Pesquisa em sítio arqueológico no sul da Inglaterra mostra o domínio feminino na época. Mulheres herdavam terras e tinham posição de comando
atualizado
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Um grupo de cientistas da Universidade Bournemouth, no Reino Unido, e do Trinity College Dublin, na Irlanda, descobriu que há cerca de 2 mil anos, antes da conquista do Império Romano sobre a Grã-Bretanha, mulheres estavam na vanguarda e no centro da sociedade.
O estudo foi feito a partir da sequência de genomas de cerca de 50 bretões celtas enterrados juntos no sul da Inglaterra na Idade do Ferro. Foram descobertas fortes evidências de descendência feminina no local.
No grande grupo analisado, que viveu antes e depois da invasão romana em 43 d.C., mais de dois terços eram descendentes de uma única ancestral feminina. Enquanto isso, 80% dos membros não relacionados da família eram homens.
“Isso nos diz que os maridos se mudavam para se juntar às comunidades de suas esposas após o casamento, com a terra potencialmente ada através da linhagem feminina”, revela a geneticista Lara Cassidy no artigo publicado no dia 15 de janeiro na revista Nature.
Realização do estudo
A escavação foi realizada em Dorset, na Inglaterra, e foi conduzida por arqueólogos da Universidade de Bournemouth. O estudo genético foi feito por pesquisadores do Trinity College Dublin.
Para comparar o que foi encontrado no local, os pesquisadores examinaram o banco de dados de vários sítios arqueológicos da época espalhados pela ilha da Grã-Bretanha.
Descobertas surpreendentes
De acordo com o DNA estudado, os homens também podem ter ocupado posições de autoridade na sociedade da época, porém o que mais surpreendeu foi a estrutura tão dominada por mulheres, onde elas podiam herdar propriedades ou se divorciar.
“Esta é a primeira vez que esse tipo de sistema é documentado na pré-história europeia e prevê o empoderamento social e político feminino”, conta Lara.
Os sítios arqueológicos também indicaram que as mulheres frequentemente recebiam enterros mais luxuosos, indicando um alto status na sociedade. Elas também lideravam exércitos.
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