Como acontece a decomposição de matéria orgânica na natureza?
A decomposição da matéria orgânica é um processo natural e importante para o equilíbrio biológico
atualizado
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A decomposição da matéria orgânica é um processo natural e essencial para a reciclagem de nutrientes, garantindo a continuidade da vida nos ecossistemas.
“O fenômeno envolve a degradação da matéria orgânica em partículas menores, transformando-a em nutrientes solúveis que podem ser absorvidos pelas plantas”, explica a professora Luisa Meneghetti, do Colégio Marista Asa Sul e da Universidade do Distrito Federal (UnDF).
Fungos e bactérias lideram esse processo, utilizando carbono e nutrientes presentes na matéria orgânica para sobreviver.
O processo ocorre em etapas e pode ser influenciado por diversas condições ambientais. Segundo a professora de biologia Elisa Rochedo, do Colégio Católica Brasília, o curso começa com a fragmentação. “Organismos como minhocas e insetos quebram os restos orgânicos, facilitando a ação de microrganismos decompositores”, diz Elisa.
Em seguida, ocorre a transformação química, na qual enzimas produzidas por microrganismos degradam moléculas complexas — como celulose e lignina — em compostos simples, como açúcares e aminoácidos.
“A última etapa, chamada de mineralização, transforma esses compostos simples em formas inorgânicas, como dióxido de carbono, amônia e nitratos, que são reutilizáveis pelas plantas”, acrescenta Elisa.
A professora Luisa destaca que a decomposição não é um processo contínuo, mas sim intercalado por fases ativas e períodos de inibição, dependendo de fatores como temperatura, umidade, pH e a composição do solo.
“A presença de adubos verdes, fertilizantes e até o manejo do solo também pode acelerar ou desacelerar a atividade dos agentes decompositores (como microrganismos, bactérias e fungos)”, afirma.
Para onde vão os nutrientes liberados?
Os nutrientes liberados durante a decomposição, como carbono, nitrogênio e fósforo, desempenham um papel vital nos ciclos biogeoquímicos. “Eles entram na cadeia alimentar, sustentando herbívoros, carnívoros e outros decompositores”, explica Elisa.
No entanto, fatores como lixiviação (processo em que a água da chuva carrega nutrientes para camadas mais profundas do solo) e erosão (desgaste da camada superficial do solo causado pelo vento ou pela água) podem causar perdas desses nutrientes no ambiente.
“Em solos arenosos ou em áreas com chuvas intensas, os nutrientes podem ser carregados antes de serem absorvidos pelas plantas. Da mesma forma, a remoção da cobertura vegetal facilita a erosão do solo, comprometendo a retenção de matéria orgânica”, completa a professora do Colégio Católica Brasília.
Efeito do descarte inadequado de resíduos
O descarte inadequado de resíduos impacta negativamente o processo natural de decomposição e o equilíbrio ambiental. “O acúmulo excessivo de matéria orgânica pode sobrecarregar o ambiente, enquanto resíduos não biodegradáveis, como plásticos, dificultam o processo de decomposição”, alerta Elisa.
Além disso, a compactação do solo reduz a eficiência da decomposição, e o chorume gerado pode alterar o pH do solo, contaminar a água e prejudicar a biodiversidade local.
Outro impacto significativo é a liberação de gases de efeito estufa, como metano e dióxido de carbono, que contribuem para o aquecimento global. Essas consequências reforçam a importância de práticas sustentáveis e do descarte adequado de resíduos para preservar o equilíbrio ecológico.
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