Sebastião Salgado preparava exposição para a COP30 sobre a Amazônia
Sebastião Salgado pretendia entregar uma exposição com 255 fotos de um projeto sobre a Amazônia para a COP 30
atualizado
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Sebastião Salgado, considerado um dos melhores fotógrafos do mundo, se preparava para participar da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que neste ano ocorrerá em Belém, no Pará. Ele morreu nesta sexta-feira (23/5), aos 81 anos
Em entrevista para o The Guardian, Sebastião contou que pretendia fazer uma exposição com 255 fotos gigantes de um projeto sobre a Amazônia.
A reportagem, publicada em fevereiro de 2024, ressalta o legado do fotógrafo, que testemunhou guerras, revoluções, golpes, crises humanitárias e fome.
Na mesma entrevista, Salgado se mostrou pessimista em relação à humanidade. Por outro lado, reforçou o grande apreço pela natureza.
“Sou pessimista em relação à humanidade, mas otimista em relação ao planeta. O planeta vai se recuperar. Está cada vez mais fácil para o planeta nos eliminar”, declarou.
Fundador do Instituto Terra, Sebastião compartilhou ainda o processo que viveu ao lado da esposa, Lélia, plantando árvores.
“Começamos com um viveiro de 25 mil árvores, depois expandimos para 125 mil. Hoje, nosso viveiro tem espaço para 550 mil árvores por ano e, no ano que vem, aumentaremos para 2 milhões. É fantástico!”, contou.
Morte de Sebastião Salgado
Sebastião Salgado morreu nesta sexta. Ele enfrentava problemas de saúde causados por uma malária que contraiu na Indonésia, no final dos anos 1990.
O fotógrafo convivia com um distúrbio sanguíneo causado pela doença, além de problemas na coluna causados por uma mina terrestre que explodiu seu carro em 1974, durante a Guerra de Independência de Moçambique.
Há menos de um mês, o profissional revelou que estava tentando um novo tratamento, em entrevista à Folha de S.Paulo. Na ocasião, o fotógrafo disse que o procedimento estava lhe dando mais energia.
Salgado se consagrou nos anos 1980, retratando a Serra Pelada em uma série de fotografias em preto e branco. O local foi o maior garimpo a céu aberto do mundo e atraiu diversos trabalhadores que buscavam por ouro.
Ele deixou a esposa, Lélia, dois filhos, Juliano e Rodrigo, e dois netos, Flávio e Nara.