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As amigas de infância Kátia Ciccone, 42 anos, dona de uma agência de turismo, e Joana Saruê, 42 anos, arquiteta, idealizadoras da ação, sempre gostaram de cozinhar e receber gente em casa. Elas vêm de famílias que sempre tiveram relação afetiva com o alimento. Durante o isolamento, tiveram que fechar as portas do lar, mas abriram o coração. As duas aram a cozinhar comida de casa para quem, no momento, não tem casa. Servem às pessoas em situação de rua e também trabalhadores que não poderiam parar – como entregadores de aplicativo, entre outros. Há sempre mais de uma opção – já chegaram a ser sete – e o “cliente” pode escolher o que deseja comer. Leia também Distrito Federal Doação de sangue cai e estoque atinge nível crítico no DF Dino Campanha de doação de filtros de água tem como objetivo contribuir com a qualidade de vida de famílias do Amazonas Dino Instituto Reação recebe doação para apoiar no combate aos efeitos da pandemia Janela Indiscreta Campanha estimula doação de órgãos: “Presentes que podem mudar vidas” A princípio eram somente as duas e elas iam às ruas aos sábados com o carro abastecido de marmitas com o cardápio festivo. “A ideia era levar uma comida feita com amor, igual a que faríamos para receber os amigos em um fim de semana ou aniversário. O conforto que o alimento traz vai além de matar a fome. É um carinho, memória afetiva do cheiro de bolo na cozinha da mãe. Não é à toa que os personagens de filme tomam sorvete quando terminam uma relação“, diz Kátia. 6 imagensFechar modal.1 de 6A receita não precisa ser \"gourmet\", mas sim feita com carinho e cuidado2 de 6Farofa de cuscuz com feijão de corda e bacon, pupunha na manteiga e dadinho de tapioca com geleia de pimenta3 de 6Lasanha está entre os pratos mais pedidos pelo público4 de 6Costelinha com creme de milho5 de 6Cheesecake de jabuticaba6 de 6Comida árabe e de vários outros países já foi servida Atualmente, mais de 20 voluntários entre cozinheiros e distribuidores juntaram-se à dupla e o projeto se expandiu. Eles fazem reuniões virtuais, pensam os cardápios, buscam doações, cozinham em casa e entregam o melhor que podem a quem tem fome. Há um ponto de encontro onde cada um leva o que cozinhou e as marmitas saem para distribuição. É possível ajudar com mão de obra, dinheiro, doação de alimentos ou dirigindo, por exemplo. “Aproveitamos a disposição dos chefs da quarentena, aquelas pessoas que gostam muito de pensar uma receita e executá-la. Unimos esse gosto pela cozinha com a necessidade das pessoas de receber comida”, explica Joana. Mais de 20 pessoas se juntaram à iniciativa O Ação de Rua está sempre na ativa aos sábados, às quartas-feiras em parceria com o Mãos de Maria, em Paraisópolis, e em datas comemorativas, como Páscoa e Dia das Crianças, em pontos alternados de SP. “Temos locais em que sempre vamos, pois as pessoas contam com aquela ajuda, e lugares que escolhemos quando recebemos doações extras”, explica Kátia. Entre os campeões de preferência do público estão hambúrguer estilo x-tudo, combo argentino (empanadas e choripán com chimichurri, o velho e bom pão com linguiça) e batata frita com ketchup, além dos pratos com peixe. X-tudo é acompanhado de batata frita O combo argentino Uma das situações mais marcantes para Kátia foi quando uma mulher já idosa ao receber uma marmita com uma receita sa lembrou-se da infância. “O meu pai uma vez me levou a um restaurante francês”, comentou a mulher. “Isso me fez pensar nas voltas que a vida deu até ali. Nós ouvimos muitas histórias na rua, falamos sobre a comida, sobre a vida, ouvimos perguntas sobre o que é aquele ingrediente, da onde a receita vem. É uma troca muito interessante”, relata Kátia, que já trabalhou em restaurantes no Brasil e no exterior como maître e garçonete. “Queremos democratizar sabores e sensações, o prazer da descoberta. A gastronomia é uma arte restrita. Com o isolamento, vamos ter cada vez mais gente cozinhando, mas para as mesmas pessoas de sempre?”, questiona Kátia. Um senhor não sabia o que era panqueca e ilustrou os abismos de privilégios em uma metrópole onde “os bares estão cheios de almas tão vazias”. Os pratos com nomes mais complicados – como o Cassoulet, uma feijoada sa de feijão branco – despertam a curiosidade e rendem bons papos. “No começo perguntam o que é, meio desconfiados. Depois dos primeiros pratos servidos já pedem pelo nome”, descreve Kátia. As idealizadoras do projeto notaram um aumento expressivo na população em situação de rua, de março para cá. “No começo tinha muito idoso. Depois, vieram pessoas com barracas e muito jovens. Foi crescendo muito rápido o número de novas pessoas em situação de rua”, relata Joana. 3 imagensFechar modal.1 de 3Voluntários entregam as quentinhas2 de 33 de 3 Para ela, ficou na memória o dia em que um casal se aproximou do ponto de doações e não aparentava estar desabrigado. “No começo, achei que eles eram voluntários de algum outro projeto. Estavam muito limpos, eram pessoas novas na rua, dava pra ver no olhar deles. Temos visto muita gente chegando a esse extremo na pandemia”, observa. Naquele dia, havia peixe no cardápio. “O homem não acreditou quando dissemos que tinha essa opção. A companheira dele gosta muito de peixe e ele tinha prometido que daria um jeito de lhe dar aquela alegria”, lembra a arquiteta. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Gente que faz diferença (@gentequefazdiferenca) Em outro momento, ver um menino segurando uma marmita como se fosse um troféu e comemorando reforçou para as voluntárias a necessidade de manter as atividades, apesar dos riscos. As quentinhas servidas pelo Ação de Rua são recebidas como pequenos milagres. No Natal, foram servidas 350 ceias com farofa, pernil ou lombo, maionese vegana (para evitar salmonella), arroz com uvas as, refrigerante, mini panetone, brownie e biscoitos assados em casa. No Ano Novo, todo o cardápio foi baseado em lentilha e teve até bacalhau com natas. Ceia de Natal O Ação de Rua também participou do movimento que recebeu o nome de “Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”, em alusão à música de Caetano Veloso, quando voluntários montaram restaurantes ao ar livre em vários pontos do Brasil para atender pessoas em situação de rua. Montaram recepção, mesas com toalhas, cardápio variado e voluntários trabalharam como garçons. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Gente é pra Brilhar (@gente.prabrilhar) A foto na qual Joana atende uma mulher durante o evento ilustra o início desta reportagem. “Já chegamos a sair com sete opções de pratos. É importante oferecer escolha àquelas pessoas que quase não acreditam mais nessa possibilidade”, afirma Kátia. “Gente quer comer Gente quer ser feliz Gente quer respirar ar pelo nariz Não, meu nego, não traia nunca essa força não Essa força que mora em seu coração”, trecho de Gente, de Caetano Veloso O Ação de Rua também se uniu a outros projetos, a maior parte deles com distribuição de comida mais simples e em maior quantidade, para dividir doações e somar esforços. “Tem espaço para todos que querem ajudar. Ao invés de abrir mão da qualidade, nós trabalhamos para trazer mais voluntários. São pessoas que não teriam o mesmo envolvimento, se a proposta fosse outra”, conclui Kátia. Serviço Para apoiar o Ação de Rua e parceiros que também levam comida a quem precisa, segue uma lista de contatos no Instagram: @acaoderua.sp @solidariedadevegan @sopaodasmanas @maosdemariabr @oamoragradece @paodopovodarua @gentequefazdiferenca (perfil para conhecer iniciativas para apoiar). 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1 de 1 WhatsApp Image 2021-03-24 at 19.15.47 (1)
- Foto: Divulgação/Ação de Rua SP
Farofa de cuscuz com feijão de corda e bacon, pupunha na manteiga e dadinho de tapioca com geleia de pimenta. Rabada com canjiquinha ou frango com pimenta cambuci, angu e quiabo. Quibe acompanhado de arroz árabe e babaganoush. Cassoulet ou lasanha. Feijoada brasileira ou boeuf bourguignon. Para finalizar, doce de abóbora com coco, bolo de morango, brigadeiro, beijinho ou cheesecake de jabuticaba.
Poderia ser o cardápio de um restaurante, mas trata-se de uma pequena parte do menu que já foi servido pelo projeto Ação de Rua, em São Paulo. Em junho, a iniciativa completará um ano com distribuição de marmitas feitas com afeto por voluntários e entregues a quem enfrenta dificuldades financeiras durante a pandemia. Já foram doadas cerca de 10 mil quentinhas com ingredientes de qualidade, apresentação pensada e embalagem cuidadosa.
As amigas de infância Kátia Ciccone, 42 anos, dona de uma agência de turismo, e Joana Saruê, 42 anos, arquiteta, idealizadoras da ação, sempre gostaram de cozinhar e receber gente em casa. Elas vêm de famílias que sempre tiveram relação afetiva com o alimento.
Durante o isolamento, tiveram que fechar as portas do lar, mas abriram o coração. As duas aram a cozinhar comida de casa para quem, no momento, não tem casa. Servem às pessoas em situação de rua e também trabalhadores que não poderiam parar – como entregadores de aplicativo, entre outros. Há sempre mais de uma opção – já chegaram a ser sete – e o “cliente” pode escolher o que deseja comer.
A princípio eram somente as duas e elas iam às ruas aos sábados com o carro abastecido de marmitas com o cardápio festivo. “A ideia era levar uma comida feita com amor, igual a que faríamos para receber os amigos em um fim de semana ou aniversário. O conforto que o alimento traz vai além de matar a fome. É um carinho, memória afetiva do cheiro de bolo na cozinha da mãe. Não é à toa que os personagens de filme tomam sorvete quando terminam uma relação“, diz Kátia.
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A receita não precisa ser "gourmet", mas sim feita com carinho e cuidado
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Farofa de cuscuz com feijão de corda e bacon, pupunha na manteiga e dadinho de tapioca com geleia de pimenta
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Lasanha está entre os pratos mais pedidos pelo público
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Costelinha com creme de milho
5 de 6
Cheesecake de jabuticaba
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Comida árabe e de vários outros países já foi servida
Atualmente, mais de 20 voluntários entre cozinheiros e distribuidores juntaram-se à dupla e o projeto se expandiu. Eles fazem reuniões virtuais, pensam os cardápios, buscam doações, cozinham em casa e entregam o melhor que podem a quem tem fome. Há um ponto de encontro onde cada um leva o que cozinhou e as marmitas saem para distribuição. É possível ajudar com mão de obra, dinheiro, doação de alimentos ou dirigindo, por exemplo.
“Aproveitamos a disposição dos chefs da quarentena, aquelas pessoas que gostam muito de pensar uma receita e executá-la. Unimos esse gosto pela cozinha com a necessidade das pessoas de receber comida”, explica Joana.
Mais de 20 pessoas se juntaram à iniciativa
O Ação de Rua está sempre na ativa aos sábados, às quartas-feiras em parceria com o Mãos de Maria, em Paraisópolis, e em datas comemorativas, como Páscoa e Dia das Crianças, em pontos alternados de SP. “Temos locais em que sempre vamos, pois as pessoas contam com aquela ajuda, e lugares que escolhemos quando recebemos doações extras”, explica Kátia.
Entre os campeões de preferência do público estão hambúrguer estilo x-tudo, combo argentino (empanadas e choripán com chimichurri, o velho e bom pão com linguiça) e batata frita com ketchup, além dos pratos com peixe.
X-tudo é acompanhado de batata frita
O combo argentino
Uma das situações mais marcantes para Kátia foi quando uma mulher já idosa ao receber uma marmita com uma receita sa lembrou-se da infância. “O meu pai uma vez me levou a um restaurante francês”, comentou a mulher.
“Isso me fez pensar nas voltas que a vida deu até ali. Nós ouvimos muitas histórias na rua, falamos sobre a comida, sobre a vida, ouvimos perguntas sobre o que é aquele ingrediente, da onde a receita vem. É uma troca muito interessante”, relata Kátia, que já trabalhou em restaurantes no Brasil e no exterior como maître e garçonete.
“Queremos democratizar sabores e sensações, o prazer da descoberta. A gastronomia é uma arte restrita. Com o isolamento, vamos ter cada vez mais gente cozinhando, mas para as mesmas pessoas de sempre?”, questiona Kátia.
Um senhor não sabia o que era panqueca e ilustrou os abismos de privilégios em uma metrópole onde “os bares estão cheios de almas tão vazias”. Os pratos com nomes mais complicados – como o Cassoulet, uma feijoada sa de feijão branco – despertam a curiosidade e rendem bons papos. “No começo perguntam o que é, meio desconfiados. Depois dos primeiros pratos servidos já pedem pelo nome”, descreve Kátia.
As idealizadoras do projeto notaram um aumento expressivo na população em situação de rua, de março para cá. “No começo tinha muito idoso. Depois, vieram pessoas com barracas e muito jovens. Foi crescendo muito rápido o número de novas pessoas em situação de rua”, relata Joana.
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Voluntários entregam as quentinhas
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Para ela, ficou na memória o dia em que um casal se aproximou do ponto de doações e não aparentava estar desabrigado. “No começo, achei que eles eram voluntários de algum outro projeto. Estavam muito limpos, eram pessoas novas na rua, dava pra ver no olhar deles. Temos visto muita gente chegando a esse extremo na pandemia”, observa.
Naquele dia, havia peixe no cardápio. “O homem não acreditou quando dissemos que tinha essa opção. A companheira dele gosta muito de peixe e ele tinha prometido que daria um jeito de lhe dar aquela alegria”, lembra a arquiteta.
Em outro momento, ver um menino segurando uma marmita como se fosse um troféu e comemorando reforçou para as voluntárias a necessidade de manter as atividades, apesar dos riscos. As quentinhas servidas pelo Ação de Rua são recebidas como pequenos milagres.
No Natal, foram servidas 350 ceias com farofa, pernil ou lombo, maionese vegana (para evitar salmonella), arroz com uvas as, refrigerante, mini panetone, brownie e biscoitos assados em casa. No Ano Novo, todo o cardápio foi baseado em lentilha e teve até bacalhau com natas.
Ceia de Natal
O Ação de Rua também participou do movimento que recebeu o nome de “Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”, em alusão à música de Caetano Veloso, quando voluntários montaram restaurantes ao ar livre em vários pontos do Brasil para atender pessoas em situação de rua. Montaram recepção, mesas com toalhas, cardápio variado e voluntários trabalharam como garçons.
A foto na qual Joana atende uma mulher durante o evento ilustra o início desta reportagem. “Já chegamos a sair com sete opções de pratos. É importante oferecer escolha àquelas pessoas que quase não acreditam mais nessa possibilidade”, afirma Kátia.
“Gente quer comer
Gente quer ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz
Não, meu nego, não traia nunca essa força não
Essa força que mora em seu coração”, trecho de Gente, de Caetano Veloso
O Ação de Rua também se uniu a outros projetos, a maior parte deles com distribuição de comida mais simples e em maior quantidade, para dividir doações e somar esforços. “Tem espaço para todos que querem ajudar. Ao invés de abrir mão da qualidade, nós trabalhamos para trazer mais voluntários. São pessoas que não teriam o mesmo envolvimento, se a proposta fosse outra”, conclui Kátia.
Serviço
Para apoiar o Ação de Rua e parceiros que também levam comida a quem precisa, segue uma lista de contatos no Instagram: