Turismo tem potencial de “um pré-sal” para a economia, diz Sabino
Apesar de usar o petróleo como referência, novo ministro do Turismo disse que seu setor é sustentável, “pois é uma indústria sem chaminés”
atualizado
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O novo ministro do Turismo, Celso Sabino, assumiu formalmente o cargo com um discurso farto em propostas para alavancar o setor no Brasil, como incentivos financeiros para novos visitantes estrangeiros e brasileiros, melhoria da segurança turística e divulgação das atrações nacionais. Sabino está trabalhando desde 15 de julho, mas sua cerimônia de posse ocorreu nesta quinta-feira (3/8), no Palácio do Planalto, e foi prestigiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Também estiveram no palácio muitos parlamentares, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um dos padrinhos da entrada de Sabino, deputado pelo União Brasil, no governo Lula.
O parlamentar paraense, que fez carreira no PSDB antes migrar para o União, abriu uma reforma ministerial que tem o objetivo de fortalecer a aliança de partidos do Centrão com o governo petista. Os próximos os, preparados pelo presidente da República, são achar vagas na Esplanada para indicados do PP e do Republicanos.
As promessas de Sabino
O substituto de Daniela Carneiro (União-RJ) no Turismo assumiu o cargo com a ambição de aumentar o número de visitantes no Brasil, que é menor do que de países vizinhos e muito inferior ao de destinos europeus, por exemplo. Para o novo ministro, o setor tem potencial para alavancar a economia.
“Temos a convicção de que o setor de turismo pode alavancar a economia do nosso país, gerando riquezas da ordem de um pré-sal”, disse Sabino, em seu discurso. Apesar da referência ao petróleo, o novo ministro destacou que o turismo se encaixa nas ideias sustentáveis do governo, “pois é uma indústria sem chaminés”.
Em sua fala, o novo ministro prometeu incentivos como descontos para quem está visitando o país pela primeira vez e também para brasileiros conhecerem mais destinos dentro do Brasil. “Um programa de estímulo a viagens que ofertará descontos para pessoas da melhor idade e pessoas de baixa renda”, disse ele.
Sabino também disse que quer investir em segurança turística e chamou o ministro da Justiça, Flávio Dino, para uma parceria. Outro ministro citado pelo novo integrante da Esplanada foi Márcio França, dos Portos e Aeroportos, que já tem engatilhado um programa para baratear agens aéreas.
Dados do turismo
O novo chefe da pasta citou “dados oficiais” para apontar que o setor do turismo faturou cerca de R$ 730 bilhões em todo o país. “Números impressionantes, mas muito aquém do potencial brasileiro”, afirmou Sabino.
“O Brasil alcançou a marca histórica de 6,3 milhões de visitantes estrangeiros antes da pandemia de coronavírus, em 2019. Praticamente o mesmo número de turistas internacionais que estiveram somente na Torre Eiffel [em Paris]. Nossa vizinha, Argentina, recebeu mais de 7 milhões; Estados Unidos, 50 milhões; China, 65 milhões; Espanha, 71 milhões de turistas estrangeiros. E nós com 6,3 milhões”, enumerou.
O ministro também lembrou da projeção do Conselho Mundial de Viagens e Turismo para 2023, com uma movimentação de cerca de US$ 9,5 trilhões em todo o mundo. “Nós queremos e vamos trabalhar para ampliar nossa participação nesses números. Para isso, estamos construindo um plano nacional de desenvolvimento do turismo com programas, metas, objetivos, ações e tarefas que será apresentado ao presidente da República no mês que vem”, discursou Celso Sabino.