Educação, Saúde e Economia concentram 70% dos gastos com servidores
Esse porcentual inclui apenas os gastos com servidores civis. Se o ministério da Defesa for incluído, a pasta fica em primeiro lugar
atualizado
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Abraham Weintraub, Luiz Henrique Mandetta e Paulo Guedes concentram, sob seus guarda-chuvas, 81,4% de toda a força de trabalho da Esplanda dos Ministérios. Dos 622.534 servidores da ativa, 507.106 estão nas pastas de Educação, Saúde e Economia, respectivamente.
Na ponta do lápis, o Ministério da Educação (MEC) conta com 300.833 servidores. O Ministério da Saúde tem 104.130. Já o Ministério da Economia possui em seu quadro um pouco menos: 102.143 servidores.
Educação, Saúde e Economia gastaram R$ 50,9 bilhões com a folha de pagamentos nos cinco primeiros meses deste ano. O índice representa 72,7% do gasto universal com o custeio de salários e benefícios que, entre janeiro e maio deste ano, chegou a R$ 70 bilhões.
Paulo Guedes, titular da Economia, tem a terceira maior concentração de servidores. A curiosidade é que, desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o economista defende o enxugamento do funcionalismo público e o investimento na digitalização. Ele, por exemplo, suspendeu concursos neste ano.
Apesar da grande concentração de servidores em três pastas, o governo federal acredita que a distribuição se justifica. Para o Ministério da Economia, que gerencia a istração do funcionalismo e efetua os pagamentos, a estrutura de órgãos ligados às pastas engorda o número.
“O Ministério da Educação inclui também todas as universidades e institutos federais de educação, por exemplo. O Ministério da Saúde engloba funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Por fim, o Ministério da Economia abarca Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)”, explica o governo, em nota.
Dados com militares
Os dados usados pelo governo para calcular a dimensão do funcionalismo diferem daqueles publicados no Portal da Transparência. Levantamento do Metrópoles constatou que os ministérios da Defesa (412 mil), da Educação (379 mil) e da Economia (112 mil) concentram 84% dos servidores – Saúde, segundo essa base de dados, fica em quarto lugar. Ao todo, eles gastaram R$ 42 bilhões com a folha de pagamento este ano, segundo o canal do governo.
Segundo o Ministério da Economia, as plataformas utilizam bases de dados distintas. “O Portal da Transparência utiliza um critério diferente do Estatístico de Pessoal (PEP) para divulgar dados de servidores públicos federais. O primeiro utiliza a quantidade de vínculos e engloba os militares. Neste caso, por exemplo, um servidor pode ter mais de um vínculo. Já o segundo, disponibiliza dados dos servidores civis (quantidade, despesa, ingressos, aposentadorias, etc)”, destaca a pasta, em nota.
O texto informa, ainda, que os números do Ministério da Defesa podem incluir os servidores militares. “Em relação aos servidores civis ativos da Defesa, existem atualmente 17.223 (dados do PEP)”, frisa. O Ministério da Defesa e as Forças Armadas gastaram com pessoal ativo em 2018 R$ 27,3 bilhões. A previsão para 2019 é de R$ 29,3 bilhões.
R$ 70 bilhões com folha
Nos três últimos anos (2017-2019), a despesa somada de pessoal entre janeiro e maio, incluindo todos os servidores, chegou a R$ 203,48 bilhões. Somente este ano, a folha de pagamento chegou a R$ 70 bilhões. Em 2017, por exemplo, o valor foi um pouco menor: R$ 65,7 bilhões.
Segundo o Ministério da Economia, a alta se deve ao reajuste concedido ao funcionalismo. ‘”Este aumento é reflexo do último reajuste concedido, cuja última parcela foi em janeiro de 2019″, explica a pasta, nota.