PF abre quatro inquéritos para apurar vazamento de mensagens de Moro
Investigadores não descartam a suspeita de que a invasão no celular do ministro da Justiça e Segurança Pública tenha sido planejada
atualizado
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Após os vazamentos de informações envolvendo o ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, e o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, a Polícia Federal (PF) decidiu instaurar quatro inquéritos para investigar o caso. Os investigadores não descartam a hipótese de uma ação orquestrada. A informação é da TV Globo.
De acordo com a reportagem, há a suspeita de que a invasão no celular do ministro da Justiça e de integrantes do Ministério Público Federal (MPF) tenha sido planejada. Os agentes estão em busca do autor das ações.
As conversas de Moro foram interceptadas no momento em que o ex-juiz federal atendeu uma ligação de um número igual ao dele. Na ocasião, os hackers tiveram o ilegal ao aplicativo Telegram, que estava inativo no celular do ministro.
Entenda
As mensagens divulgadas pelo site The Intercept na noite do último domingo (09/06/2019) mostram a suposta interferência do então juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro, nas investigações da força-tarefa.
O atual ministro da Justiça e o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, teriam trocado colaborações durante as investigações. A publicação afirma ter uma série de mensagens privadas, gravações em áudio, vídeos, fotos e documentos judiciais.
Em conversas entre Moro e Dallagnol, o magistrado teria sugerido ao procurador que trocasse ordem de fases da Lava Jato, cobrado agilidade em novas operações, dado conselhos estratégicos e pistas informais de investigação e recomendado recursos ao Ministério Público.
Explicações
O vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), protocolou, nesta terça-feira (11/06/2019), pedido de convocação para Moro preste esclarecimentos sobre as mensagens reveladas pelo site no Plenário da Câmara dos Deputados.
Até o momento, a Câmara recebeu outros dois pedidos para que o ministro do governo Jair Bolsonaro (PSL) compareça à Casa: nas Comissões de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e de Trabalho, de istração e Serviço Público (CTASP). Moro irá prestar esclarecimentos no Seado, no dia 19, e na Câmara, no dia 26. Nos dois casos ele irá falar em comissões.
No Senado, houve acordo para evitar uma convocação do ministro da Justiça, e assegurar que ele possa ir à Casa voluntariamente como convidado para falar do conteúdo das conversas que supostamente trocou com o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol.
Nesta terça, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou que Moro vai comparecer à CCJ da Casa no dia 19 para falar sobre o vazamento.