Uma mulher, de 25 anos, foi morta estrangulada pelo marido, de 33, após ser violentamente agredida, na tarde desta segunda-feira (29), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba (PR). O suspeito foi preso em flagrante pela Polícia Civil horas após o crime.
De acordo com testemunhas, Eduarda Amabile Correia foi assassinada após se recusar a desbloquear o celular. O dispositivo permitia o o do usuário somente por reconhecimento facial. Após a negativa, o marido dela teria a agredido e a estrangulado.
Eduarda teria tido o rosto desfigurado devido à violência das agressões. Ela foi encontrada desacordada em casa por familiares do suspeito. Em seguida, teria sido levada a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), onde houve a tentativa de reanimação. A mulher, contudo, não resistiu aos ferimentos.
“Ele deu tanta porrada nela que arrebentou com ela”, disse uma conhecida da vítima.
Segundo o boletim de ocorrência sobre o crime – ao qual a Banda B teve o –, o irmão de Eduarda relatou à Polícia Civil que foi comunicado sobre o episódio pela mãe do suspeito.
Era por volta das 15h quando o homem recebeu a ligação e o aviso sobre a morte da irmã. Ele esteve na UPA, e os médicos revelaram que a vítima chegou na unidade de saúde sem batimentos cardíacos. A sogra e um cunhado de Eduarda foram os responsáveis por levá-la até a UPA.
O suposto autor do crime foi preso em flagrante por feminicídio por volta das 18h desta segunda (29). A Banda B apurou que ele possui histórico de agressões contra ex-companheiras.
“Descanse em paz, amiga. Sempre vou te amar, vai fazer muita falta… Não estou conseguindo acreditar, me nego acreditar”, lamentou um amigo de Eduarda.
Em nota, a Polícia Civil informou que segue investigando o caso para “comprovar a causa da morte e esclarecer os fatos”.
O sepultamento do corpo da vendedora está previsto para ocorrer na tarde desta terça (30).
O que diz a defesa do suspeito
Em nota enviada à reportagem, a defesa do suspeito – identificado como Tiago Trindade – afirmou que seu cliente “conteve sua companheira com força em excesso” e que ele demonstrou “profundo arrependimento”. Os advogados Philipe Kowalski e Maria Rodrigues citam ainda que a confissão do crime “não resulta na assunção do cometimento de homicídio”. Leia a nota na íntegra abaixo:
“No dia 29 de janeiro de 2024, o Sr. Tiago Trindade de Siqueira e a Sra Eduarda Amabile Correia tiveram um grave desentendimento, durante o qual o Sr. Tiago conteve sua companheira com força em excesso, resultando no triste falecimento da Sra. Eduarda.
Ainda naquele mesmo dia, Tiago voluntariamente entregou-se na Delegacia de Polícia, confiando no Sistema de Justiça e demonstrando profundo arrependimento pelo seu ato impensado. Entretanto, é importante destacar que, ao itir que seus atos resultaram na morte da Sra. Eduarda, essa afirmação não resulta na assunção do cometimento de homicídio, porque — por mais que repercussão seja grande e isso gere uma sanha punitivista — cada detalhe das atitudes e das motivações do Sr. Tiago devem ser analisadas sob o prisma da lei antes de que sua conduta seja tipificada.
Tanto a Defesa quanto o próprio Autor expressam seu maior respeito pela memória da Sra. Eduarda, bem como pelo sofrimento causado pela sua perda. Agora, trabalharemos para que cada detalhe seja esclarecido e todo e qualquer excesso acusatório não recaia sobre o Tiago.
Nesse momento, confiamos na Justiça para que o Tiago tenha a chance de se defender e seja julgado — respeitando o contraditório e a ampla defesa — apenas pelos fatos e pelas motivações que existiram, sempre tendo em mente que até essa condenação final, ele segue tendo por ele a inocência garantida pela Constituição.
