Em meio à alta de alimentos, Lula debate Plano Safra com ministros

Em meio às discussões sobre a alta nos preços dos alimentos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na manhã desta sexta-feira (28/2) com ministros para debater o Plano Safra. Participaram do encontro, no Palácio do Planalto, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, do Desenvolvimento e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, além do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

Alta dos alimentos

• O preço dos alimentos puxou a alta na inflação de 2024, que fechou o ano em 4,83% – acima da meta projetada pela equipe econômica do governo. As maiores variações de preços foram das carnes (20,84%) e do café moído (39,60%).
• Em janeiro, o presidente Lula cobrou auxiliares por ações para frear o aumento dos produtos. Desde então, o governo tem estudado alternativas.
• Entre as medidas avaliadas está a redução do imposto de importação para produtos que estiverem mais baratos no mercado exterior e mudanças nas regras do vale-alimentação e vale-refeição. O Planalto, no entanto, descartou o tabelamento de preços.
• O governo também aposta em uma safra recorde em 2025, que deve aliviar a pressão sobre os produtos.

Nos últimos dias, ministros envolvidos nas discussões se reuniram com diversos setores em busca de uma solução. Nessa quinta-feira (27/2), os ministros Carlos Fávaro e Paulo Teixeira receberam representantes do setor de proteína animal e de supermercados. A expectativa era de que as propostas fossem apresentadas a Lula na reunião desta sexta.

Apesar de anunciar, há pouco mais de um mês que adotaria medidas para reduzir os preços, até o momento, nenhuma ação concreta foi tomada. A questão econômica é apontada como uma das razões para a queda na popularidade do governo. Levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) indica que a economia é a área com pior desempenho neste terceiro mandato.

A reunião sobre o Plano Safra acontece na semana em que o governo suspendeu linhas de crédito do programa em razão do atraso na votação do Orçamento. Após críticas do agronegócio, foi publicada uma medida provisória que liberou R$ 4,2 bilhões em crédito extraordinário.