Juiz de Brasília nega revogação da prisão temporária de hackers
Vallisney de Oliveira afirmou que não tem novos elementos que garantam o prosseguimento e a preservação das investigações
atualizado
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O juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Oliveira, manteve, nesta terça-feira (30/07/2019), a prisão temporária dos quatro suspeitos de invadir celulares de autoridades públicas dos três Poderes. Com isso, eles permanecem presos, pelo menos, até a próxima quinta-feira (01/08/2019).
Vallisney negou o pedido da defesa por não ter novos elementos que garantam o prosseguimento e a preservação das investigações. “Não tenho elementos para isso. Não posso ser contraditório da minha decisão anterior”, explicou.
O Ministério Público Federal (MPF) concordou com o entendimento do magistrado. “Não temos elementos ainda que nos garantam que as investigações não serão prejudicadas”, destacou a promotora Márcia Brandão.
Na última sexta feira (26/07/2019), Vallisney determinou a prorrogação da prisão temporária dos quatro suspeitos. Na decisão, o magistrado indicou que a continuidade das investigações seria necessária por conta das informações dadas pelos investigados nos interrogatórios.
Banho de sol e transferência
O advogado Ariovaldo Moreira pediu ao magistrado para que Suelen Priscila de Oliveira deixe a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (Colmeia) e fique detida no Departamento de Polícia Federal. Ela e o companheiro, Gustavo Henrique Elias Santos, relataram maus-tratos durante a prisão.
Ariovaldo pediu que eles tenham direito a um banho de sol por dia. Os pedidos foram deferidos, ou seja, aceitos pelo juiz Vallisney.
O Ministério Público Federal (MPF) concordou com as reivindicações da defesa de Suelen e Gustavo. A promotora Márcia Brandão explicou que a transferência de Suelen é justificada, com base no depoimento.
O juiz também deferiu o retorno dos investigados para a cidade de origem após o fim da prisão temporária, caso eles sejam soltos. Os hackers moram em São Paulo.
Os advogados pediram o ao conteúdo de depoimentos, como degradações de interrogatórios, e do inquérito policial. O MPF defendeu a disponibilização dos vídeos, das gravações e provas. O material será disponibilizado para os advogados com uma marca d’água para preservar o sigilo das investigações.
Maus-tratos serão investigados
Após os quatro suspeitos serem ouvidos pela Justiça Federal em Brasília, o MPF pediu, nesta terça-feira, cópias dos depoimentos para investigar os possíveis maus-tratos durante a prisão executada pela Polícia Federal.
Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira denunciaram ao juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Oliveira, que ficaram sem tomar banho e beber água. Pontuaram também que aram por “pressão psicológica”. O MPF pedirá que a corregedoria da Polícia Federal investigue istrativamente possíveis abusos na execução da prisão e no tratamento dado aos suspeitos na cadeia.
Nesta terça-feira, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira, Danilo Cristiano Marques e Walter Delgatti Neto prestaram depoimento.