Boulos quer integrar catadores de recicláveis a sistema de coleta municipal
Programa do candidato psolista considera a atividade alternativa de renda à população de rua e quer colocar São Paulo na vanguarda ambiental
atualizado
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São Paulo – O candidato Guilherme Boulos (PSol) quer promover a atividade de reciclagem como alternativa de renda à população mais vulnerável. Além disso, pretende fazer parcerias entre a Prefeitura de São Paulo e catadores de materiais recicláveis para promover a coleta seletiva de resíduos na cidade.
“Por que não fazer a coleta seletiva porta a porta e remunerar os catadores por isso? Ao dar essa oportunidade às cooperativas de catadores, todo mundo ganha”, afirmou o ativista.
Na visão de Boulos, os ganhos são sociais e ambientais. Entre os ganhos sociais, estaria a valorização dos profissionais que recolhem e selecionam os resíduos da cidade, que teriam uma melhor remuneração. No contexto ambiental, além da limpeza da cidade, São Paulo sairia do que Boulos considera um atraso na gestão de resíduos sólidos.
“Não dá para aceitar. Estamos no século 21 e todo o lixo de São Paulo vai para aterro sanitário. Esse modelo tá sendo superado no mundo inteiro”, disse Boulos, mencionando modelos europeus de coleta seletiva.
O ativista aproveitou o assunto e criticou a gestão atual do prefeito Bruno Covas (PSDB). “A política de resíduos sólidos em São Paulo é extremamente atrasada. Tá na mão da máfia das empresas de lixo. O Tribunal de Contas do Município (TCM) abriu processo para apurar isso porque tinha maracutaia, todo mundo sabe.”
Guilherme Boulos se refere aos contratempos que a gestão de João Doria (PSDB) e de Bruno Covas tiveram com o TCM quando abriram licitação para a varrição das ruas paulistanas. O Tribunal paralisou os processos por irregularidades tanto na época em que João Doria era prefeito quanto recentemente, durante a gestão de Covas.
As declarações foram dadas na manhã desta segunda-feira (26/10), durante visita à sede da Cooperativa de Catadores de Papel e Papelão e Materiais Reutilizáveis (Coopamare), em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
A cooperativa foi a primeira associação de catadores de materiais recicláveis do Brasil. Ela é resultado de ações sociais da Ordem dos Católicos Oblatas que trabalhavam com pessoas em situação de rua no centro da cidade de São Paulo no início dos anos 90.