Crise hídrica preocupa 90% dos empresários do país, revela CNI
Levantamento mostra que o maior temor é o aumento do custo da energia – 83% dos executivos apontaram essa como a principal preocupação
atualizado
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Nove em cada 10 empresários estão preocupados com a crise hídrica. É o que mostra levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto a 572 empresas, divulgado nesta terça-feira (8/8), ao qual o Metrópoles teve o.
De acordo com os dados, o maior temor dos industriais é o aumento do custo da energia – 83% apontaram essa como a principal preocupação. Outros 63% se dizem receosos com o risco de racionamento e 61% com a possibilidade de instabilidade ou de interrupções no fornecimento de energia.
O documento revela também que 98% dos empresários acreditam que haverá aumento dos preços da energia e 62% consideram que é provável ou certo que haverá racionamento ou restrições de fornecimento de energia ainda em 2021. Entre os que consideram que as tarifas serão reajustadas, 14% dizem que aumentará pouco; 37%, moderadamente; e 47%, muito.
Os impactos da crise hídrica sobre o mercado de energia elétrica ocorrem devido à limitação de geração das usinas hidrelétricas, que representam cerca de 60% da produção no Brasil e são as fontes mais baratas de energia.
“Há uma preocupação clara com o risco de racionamento e do aumento do custo da energia. Isso pode ter impacto na retomada da produção do segmento industrial, num momento em que a indústria começa a recuperar a sua produtividade”, afirma o especialista em energia da CNI Roberto Wagner Pereira.
“Esperamos que as medidas que vêm sendo adotadas pelo governo surtam o efeito esperado, no sentido de minimizar o risco de racionamento e evitar aumento de custo, para que a indústria consiga se recuperar prontamente dos enormes impactos gerados pela pandemia”, acrescenta o especialista da CNI.
Investimentos em eficiência energética e autogeração
A principal medida que os empresários pretendem adotar em resposta à crise hídrica é a intensificação de investimentos em ações de eficiência energética (34%) e em autogeração/geração distribuída de energia (26%).
Entre os empresários consultados, 22% afirmam querer mudar o período de funcionamento de suas empresas para reduzir o consumo de energia nos horários de pico em resposta à crise hídrica. Quase dois terços das empresas, no entanto, consideram que implementar essa alteração de horário é difícil ou muito difícil.
Crise gera perda de competitividade
Outro dado que chama a atenção é que mais da metade (52%) dos empresários acreditam que a crise hídrica reduzirá a competitividade de suas empresas. Segundo os números, 39% consideram essa situação provável e 13% dizem que a perda de competitividade ocorrerá com certeza.
A consulta empresarial realizada pela CNI ouviu 572 empresas, sendo 145 de pequeno porte, 200 médias e 227 grandes. O levantamento foi realizado entre os dias 25 de junho e 2 de julho.