Carla Zambelli é intimada pela PF a depor após revelações de hacker
As informações foram confirmadas pela defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), investigada após depoimento do hacker Delgatti
atualizado
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi intimada pela Polícia Federal (PF) a depor no inquérito que investiga os relatos do hacker da Vaza-Jato, como é conhecido Walter Delgatti. A defesa da parlamentar confirmou a informação. O depoimento deve ocorrer por volta da segunda semana de setembro, entre os dias 11 e 15.
Zambelli é investigada por causa das alegações do hacker à PF. Segundo Delgatti, a deputada o teria contratado para que ele invadisse o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo era incluir um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Houve, ainda, uma suposta tentativa de invasão das urnas eletrônicas.
O Metrópoles teve o exclusivo aos comprovantes de pagamento feito pela equipe de Zambelli ao hacker. No extrato, entregue por Delgatti aos investigadores, há uma lista de quatro transações, via Pix, de pessoas próximas à deputada.
Em depoimento à MI dos atos de 8 de janeiro, o hacker Walter Delgatti também afirmou que Zambelli prometeu a ele um emprego após a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), bem como falou das senhas do CNJ. Ele também teria dito à PF que recebeu R$ 40 mil de uma assessora dela pelo serviço e entregou um áudio que comprovaria a contratação.
Relembre
O hacker apontou que a deputada teria atuado no plano para tentar invadir as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições de 2022. Por outro lado, os bolsonaristas divergem do hacker: dizem que foi ele quem procurou a deputada e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
No dia do depoimento, Zambelli respondeu e afirmou que terá a “inocência provada” e chamou Delgatti de “mentiroso contumaz”. Logo depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar Zambelli ré por perseguição armada, na véspera das eleições de 2022.
A deputada havia sido denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo, em fevereiro deste ano. A denúncia ainda pede que ela seja condenada por danos morais coletivos, no valor de R$ 100 mil, assim como a decretação da pena de perdimento e do cancelamento definitivo do porte de arma de fogo da bolsonarista.