Brumadinho: número de mortos sobe para 81, diz Defesa Civil de MG
Barragem se rompeu na última sexta (25/1) e deixou um rastro de destruição. Segundo bombeiros, ainda há chances de encontrarem sobreviventes
atualizado
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Enviados especiais a Brumadinho (MG) – O número de mortos com a tragédia de Brumadinho subiu para 81. A informação foi dada ao Metrópoles pela coordenação da operação de socorro, comandada pela Defesa Civil, antes de os novos números serem disponibilizados no sistema de dados sobre a catástrofe.
Até o momento, 19 corpos foram identificados, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais. São 271 desaparecidos e 192 pessoas resgatadas com vida. Nesta segunda-feira (28/1), 14 corpos foram recuperados, sendo que dois estavam no micro-ônibus da Vale localizado pelos socorristas.
De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, o trabalho de localização e identificação das vítimas pode levar até meses, devido à complexidade.
Veja imagens:
No final da tarde desse domingo (27), pelo menos 98 sepulturas já haviam sido abertas e preparadas para os enterros no cemitério Parque das Rosas, no bairro Salgado Filho, a cerca de cinco minutos de carro do centro de Brumadinho.
A barragem Córrego do Feijão rompeu-se na última sexta-feira (25/1) e a lama deixou um rastro de destruição. No domingo (27), havia a ameaça de uma outra barragem, a de número VI, estourar, e por essa razão as buscas tinham sido suspensas. O caminho percorrido pela lama estava dentro da área de risco do novo rompimento. No mesmo dia, no entanto, o risco diminui e o resgate foi retomado.
Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, apesar de remota, ainda existe a possibilidade de a corporação encontrar pessoas com vida. Os socorristas têm usado cajados e se arrastado pela lama em busca de sobreviventes e corpos. Eles estimam que os trabalhos durem ao menos até julho. Os bombeiros explicam que o serviço está sendo feito em etapas. Primeiramente, os helicópteros sobrevoam a região à procura de pessoas ou animais.
“Estou me guiando pelo cheiro. Como já tem quatro dias, acho que assim vai ser mais fácil encontrar”, disse o agricultor aposentado Jair Ferreira dos Santos, de 60 anos, que caminha há três dias em busca do corpo do irmão, Paulo Santos, 40, morador de um sítio próximo à barragem que se rompeu.
Comunidades inteiras foram evacuadas. Todas as famílias de Pires e Parque da Cachoeira tiveram de sair de suas casas. Os militares ainda trabalhavam em outras zonas de risco: Novo Progresso, Ipiringa, Centro, São Conrado, Santo Antônio e Cohab. Além de deixar 3 mil desabrigados, a quebra da nova barragem poderia resultar em 24 mil pessoas sem energia e água.
A Defesa Civil está trabalhando com a Vale para ajustar a lista de desaparecidos. Moradores estavam reclamando do fato de que os nomes divulgados pela mineradora só contemplavam funcionários da empresa. Terceirizados e habitantes de Brumadinho teriam ficado de fora.
Desastre
A barragem Mina Feijão, em Brumadinho (MG), rompeu-se por volta das 13h de sexta-feira (25/1). O vazamento de lama fez com que uma outra barragem da Vale transbordasse. O restaurante da companhia foi soterrado. O prédio istrativo também foi atingido.
A lama se espalhou pela cidade, e moradores precisaram deixar suas casas. Equipes de bombeiros e da Defesa Civil foram mobilizadas para a área e estão em busca de vítimas. Tanto o governo federal quanto o local montaram gabinetes de crise e deslocaram autoridades para a região.
Confira imagens da tragédia e da repercussão nas redes sociais:
É assustador a quantidade de lama que desceu da barragem da Vale em Brumadinho. pic.twitter.com/enexjelyIj
— Uai Tevê (@uaiteve) 25 de janeiro de 2019
GENTE TODO MUNDO QUE TÁ NA PARTE DA AVENIDA NO MOMENTO SE POSSÍVEL SAIAM DAÍ AGORA, UMA BARRAGEM DA VALE ROMPEU E ESSA ÁREA CORRE MUITO RISCO, FALO PRA QUALQUER LUGAR PERTO DO RIO
— scar man (@affelipebrandao) 25 de janeiro de 2019