Apoiadores transformam vigília por Bolsonaro em “novo acampamento”
Vigília em prol de Bolsonaro em acampamento tem orações a cada 3 três horas. Grupo se organiza para manter alimentação
atualizado
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A porta do hospital onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado vai se transformando, aos poucos, em uma espécie de novo acampamento dos apoiadores do político. Na segunda-feira (14/4), um grupo que chegou ter 20 pessoas no local se organizava em relação aos alimentos e mantinha um cronograma de orações pela saúde do político durante a vigília.
Bolsonaro ou por uma cirurgia iniciada na manhã do domingo (13/4) no hospital DF Star, localizado na Asa Sul, em Brasília, onde está internado desde a noite do sábado (12/4). O procedimento foi realizado para tratar uma obstrução intestinal. O boletim emitido pela unidade de saúde do fim da tarde da segunda informava que o ex-presidente tinha quadro estável e ” com boa evolução clínica”.
A atuação dos apoiadores de Bolsonaro na porta do hospital apresenta algumas semelhanças com os acampamentos que se estabeleceram nas portas de unidades do Exército Brasileiro. Os grupos se intitulam “patriotas”, mantêm uma rotina de organização para distribuição de alimentos, fazem orações regularmente, vestem roupas da cor amarela e exibem bandeiras do Brasil.
“Nosso objetivo aqui é pedir unicamente a Deus, que é quem pode resolver todas as coisas, é o que pode trazer alento, pode trazer cura e nós já estamos vendo essa verdade, essa cura, nós já estamos vendo essa situação na vida do presidente”, afirmou ao Metrópoles um homem que se apresenta como bispo Fernando Fé.
O bispo acrescentou que o grupo tem sido bem tratado pelo hospital onde Bolsonaro está internado. Eles, inclusive, estão utilizando os sanitários do estabelecimento. Em uma das orações, também houve apelos em prol da anistia aos réus pela participação na suposta trama golpista que culminou nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Apesar do tratamento amigável por parte da unidade privada de saúde, na manhã da segunda, o grupo enfrentou resistência de uma mulher que disse que eles não “têm autoridade para falar em nome de Jesus”.
“Em nome de Jesus está amarrado. Tá amarrado esse monstro em nome de Jesus. Não use o nome de Jesus. Ele persegue Jesus”, disse a mulher. Fernando Fé retrucou dizendo que ela queria “chamar a atenção”. “Mas nós liberamos a bênção de sermos abençoados no nome de Jesus”, acrescentou ele.
Bolsonaro permanece internado no hospital do Distrito Federal por determinação médica. Ele está na UTI, consciente, mas sem previsão de alta desta estrutura de saúde. (Colaborou Manuela de Moura)
