Antes de deixar STF, Cid pede para ser dispensado de interrogatórios
A demanda foi apresentada pela defesa de Mauro Cid de forma protocolar na ação penal 2.668 que trata da suposta trama golpista
atualizado
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O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, pediu nesta segunda-feira (9/6) para ser dispensado dos próximos dias de interrogatórios no Supremo Tribunal Federal (STF), que seguem até esta sexta-feira (13/6).
A demanda foi apresentada pela defesa de Cid antes mesmo do fim da sessão desta segunda, quando ele ainda estava no local. O tenente-coronel foi o primeiro interregado, por ser o delator do caso. O dia terminou com o interrogatório do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
As informações prestadas à Corte fazem parte dos procedimentos da ação penal 2.668, que trata da suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. A demanda de Mauro Cid aguarda, agora, decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Veja interrogatórios:
“(Mauro Cid) dirige-se a Vossa Excelência, respeitosamente, para requerer sua dispensa das demais audiências de interrogatório aprazadas para o correr desta semana de 09/06/2025, uma vez que já prestou depoimento, não tendo mais nada a acrescentar ou esclarecer ao Juízo, permanecendo, evidentemente, à disposição para qualquer outro esclarecimento que se fizer necessário”, diz a solicitação.
Primeiro dia de interrogatório
Mauro Cid foi o primeiro a se sentar no banco dos réus e responder aos questionamentos de Moraes, da Procuradoria0-Geral da República (PGR) e dos advogados de defesa dos demais réus. Nesta etapa, o STF interroga os oito acusados de participação do chamado núcleo 1, também conhecido como núcleo crucial, da suposta trama golpista.
Cid respondeu às questões por cerca de 4 horas. Como delator no processo, dele foi exigido grande número de detalhes.
O ex-ajudante de ordens se sentou no banco dos réus às 14h20. Cid estava visivelmente nervoso e chegando a gaguejar em alguns momentos. Ele confirmou informações da delação premiada que firmou com a Justiça, como a suposta crise psicológica de Bolsonaro à época e que o ex-presidente “saiu atirando para tudo quanto é lado” na tentativa de se manter no poder.
Ordem dos interrogatórios até sexta:
- Mauro Cid, delator do esquema e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (já prestou esclarecimentos);
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) (já prestou esclarecimentos;
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil (o general será o único a ser inquirido por videoconferência, pois está preso no Rio de Janeiro).
Agora faltam outros seis réus para os depoimentos. Veja a agenda dos próximos dias:
- 10/6 – das 9h às 20h
- 11/6 – das 8h às 10h;
- 12/6 – das 9h às 13h; e
- 13/6 – das 9h às 20h.