8 de Janeiro: PT é contra, mas diz que lotaria comissão de anistia
Lindbergh Farias afirmou que ideia da anistia não tem fundamento, mas garantiu que PT ocupará comissão caso ela seja criada
atualizado
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O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o partido é contra a criação de uma comissão especial para analisar a proposta de anistia ao envolvidos com o 8 de Janeiro. O parlamentar, porém, afirmou que, se o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), seguir com a proposta discutida com líderes nesta quinta-feira (22/5), colocará os melhores nomes do partido no colegiado.
“Somos contra porque essa história de anistia não tem fundamento. Mas, se (Hugo) Motta decidir abrir, vamos colocar nossos melhores para participar. Há toda uma campanha deles para tirar a legitimidade do Supremo Tribunal Federal (STF)”, disse Lindbergh Farias ao Metrópoles.
O líder do PT ainda ironizou a iniciativa: “Vamos ser comentaristas do julgamento do STF”. Dessa forma, mesmo que por motivos diferentes, a rejeição à criação da comissão da anistia curiosamente uniu petistas e bolsonaristas.
Como mostrou o Metrópoles, caciques do PL tratam a reunião de líderes da Câmara desta quinta-feira (22/5) como um “teste” e rejeitam sumariamente a possibilidade de criação de uma comissão especial para analisar o projeto de anistia aos envolvidos com o 8 de Janeiro. Essa possibilidade foi aventada por um deputado da sigla em encontro com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), não participou do encontro, mas imediatamente comunicou aos liderados que nem ele nem a cúpula da sigla estão de acordo. Ele tratou a fala do deputado Domingos Sávio (PL-MG) sobre a criação da comissão como um teste, para verificar se Motta de fato estaria disposto a dar qualquer andamento ao projeto, e se as demais bancadas apenas blefaram sobre abrir um colegiado.
A ideia do PL é fazer uma anistia “ampla, geral e irrestrita” sobre o 8 de Janeiro. A expectativa é de que uma eventual aprovação possa beneficiar Bolsonaro. O ex-presidente está inelegível até 2030, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por causa de uma reunião com embaixadores para denunciar sem provas supostas fraudes nas urnas eletrônicas e por abuso de poder em cerimônia pública alusiva à Independência do Brasil.