PT, orientado por Lula, entregou votos para aprovar Mendonça
Novo ministro estava bem treinado para responder a perguntas embaraçosas, e a sabatina foi mais uma troca de afagos com senadores
atualizado
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Os líderes evangélicos de todas as denominações sabem que o presidente Jair Bolsonaro limitou-se a indicar André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal, mas que pouco se empenhou para que seu nome fosse aprovado pelo Senado.
Nem por isso deixarão de votar em Bolsonaro na eleição do ano que vem. Parte deles poderá votar em Sergio Moro. E outra parte, essa por enquanto menor, em Lula. Também são gratos a Lula, que orientou o PT a não fechar questão contra Mendonça.
A votação foi secreta, portanto não se sabe quem votou a favor de Mendonça ou contra. Mas alguns votos do PT ele teve. E sem esses votos talvez não fosse vitorioso. Mendonça obteve apenas 6 votos a mais do que o mínimo necessário – 47 a 32.
Foi o placar mais apertado das últimas duas décadas. Antes, o mais estreito havia sido o do atual ministro Edson Fachin, indicado pela presidente Dilma Rousseff (52 a 27), seguido por Alexandre Moraes (55 a 13) e Rosa Weber (57 a 14).
Ainda chegará o tempo em que serão para valer as sabatinas promovidas pelo Senado com indicados para tribunais superiores. Elas não am de trocas de afagos. Os senadores se borram de medo de se indispor com futuros ministros. Têm calos e eles doem.
Foi assim também com Mendonça, que esperou 100 dias para ser interrogado. Poucos senadores fingiram incomodá-lo com perguntas sobre questões embaraçosas. De tão bem treinado que fora para responder, ele saiu-se bem e só respondeu ao que quis.
Valeu-se de um truque para deixar a impressão de que votará no tribunal a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Hoje, seus aliados darão início a uma campanha nas redes sociais para esclarecer que não será bem assim.