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Samba do laranja doido e outras estripulias (por Mary Zaidan)

Pré-Carnaval foi dos ultrajes de Trump ao anúncio de ministra que não dá samba; já os dias de folia consagram o hit “sem anistia”

atualizado

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Caio Ayres/ Arte Metrópoles
Arte colorida de roda de samba - Metrópoles
1 de 1 Arte colorida de roda de samba - Metrópoles - Foto: Caio Ayres/ Arte Metrópoles

Política e Carnaval sempre deram samba. Um dos mais geniais, o “Samba do Crioulo Doido” (título que atualmente cancelaria Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo do cronista Sérgio Porto), faz um melê com a história do Brasil, em versos inesquecíveis. Hoje, os desatinos de vários personagens da política parecem se inspirar na composição de 1966. Só que a barafunda não é divertida e sim indigesta, por vezes repugnante.

Vimos Donald Trump proclamar a escravidão da Ucrânia com uma proposta colonialista de explorar minerais para pagar as despesas dos Estados Unidos com a guerra de Vladimir Putin. Ainda que não tenha dado certo, apoiar o invasor e escorraçar Volodymyr Zelensky (e toda a Europa), culpando-o não só pela guerra que o presidente russo iniciou há três anos, mas também de ser o estopim para uma terceira guerra mundial, é mais maluco do que imaginar Chica da Silva fazendo a Leopoldina se casar com Tiradentes. E nada tem de engraçado.

Trump, que se arvora dono do mundo, publicou um vídeo feito por Inteligência Artificial, no qual transforma a Faixa de Gaza em balneário de luxo, com direito a estátua de ouro dele mesmo na praça principal e drinks ao lado do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu. Nas praias, odaliscas barbadas e chuvas de dinheiro. Exibiu-se também em uma inacreditável foto com coroa e tudo no canal oficial da Casa Branca. É ou não é o samba do laranja doido?

Para abaixo do Equador, Trump fez pouco caso do Brasil – “nós não precisamos deles” -, desdenhou do lambedor de botas Javier Milei, preferindo acenar para o até então inimigo e “comunista” Nicolás Maduro, dono de petróleo, que acabou sendo o primeiro presidente do cone sul a ser visitado por representante do novo governo americano.

Como loucura pouca é bobagem, ao lado da Rumble, sua empresa Trump Media iniciou um processo contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes alegando – pasmem – que o brasileiro feriu a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Nem a juíza da primeira instância de lá levou a sério. Enquanto isso, o filho do ex, deputado Eduardo Bolsonaro, faz lobby pesado para que o Congresso dos Estados Unidos proíba Moraes de visitar o país. Como se o ministro do STF estivesse implorando visto de entrada..

Na política brasileira, o clima também é de sanatório geral.

Em apenas uma semana, o presidente Lula conseguiu demitir a ministra da Saúde Nisia Teixeira sem avisá-la previamente, deixando no ar a impressão de que o afastamento se dava por ineficácia da ex-auxiliar, ícone da pesquisa no Brasil. Para o seu lugar, nomeou Alexandre Padilha, que não mostrou qualquer competência como articulador político do governo, sendo execrado até por aliados por não ouvir parlamentares e não entregar o prometido. ará a comandar o maior orçamento da Esplanada. Completando o quadro, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, conhecida por brigar com todo mundo, até com companheiros – é uma das maiores detratoras do ministro da Fazenda Fernando Haddad – foi ungida ministra de Relações Institucionais, pasta que cuida da articulação política. Coisa de doido, impossível de dar samba. Nem agora, nem em 2026.

O Congresso também não fica atrás. Até agora não apreciou o orçamento da União, que deveria ter sido aprovado no ano ado, e chega ao Carnaval sem ter realizado uma única sessão deliberativa em 2025. Mas entabulou várias reuniões com o ministro do STF Flávio Dino para liberar as emendas secretas, de comissão e da modalidade Pix. Na quinta-feira, bateu-se o martelo: Dino aprovou o pagamento das emendas que ele havia trancado, até das atrasadas, sob o compromisso de transparência e rastreabilidade ada e futura, o que todos sabem que não será cumprido. Assim, ficou liberada a folia – não apenas para os dias de Momo.

Juízo mesmo, só dos foliões das ruas que neste ano elegeram os hits “sem anistia” para se esbaldar. O tema embalou os tradicionais blocos Simpatia é Quase Amor, de Ipanema, e o Pacotão, que reúne jornalistas de Brasília. Virou paródia do já conhecido Edu Krieger e fez a alegria do também carioca bloco Comuna que Pariu, com uma letra para lá de bem trabalhada. “’Golpe de estricnina, o escambau/ Cloroquina, quadrilha de general/ Mas que show da Xuxa é esse?/ Anistia para fascista é o cacete!” Isto é Brasil.

Bom Carnaval a todos. E que venha o Oscar, que com ou sem estatueta já deu muito samba, alegria e orgulho.

 

Mary Zaidan é jornalista 

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